Debate dá início às ações do GPSJor em Joinville

Texto: Luisa Tavares
Foto: Helena Bosse

A chuva intensa do fim de tarde em Joinville não foi suficiente para desmotivar as mais de 100 pessoas que se reuniram no auditório do Bom Jesus Ielusc, no último dia 20, para discutir a crise do jornalismo – e como superá-la coletivamente. O primeiro debate público do projeto GPS Jor reuniu pesquisadores de duas universidades, representantes de dezenas de organizações da sociedade civil e jornalistas, para começar um trabalho de investigação e imaginação voltado à criação de novas formas de se fazer e pensar o jornalismo na cidade. O professor Samuel Lima, um dos coordenadores do projeto, deixou claro se tratar de uma questão que só pode ser resolvida no conjunto da sociedade: “Não temos respostas. Nós trouxemos pra vocês as perguntas”.

A partir da apresentação inicial de Samuel Lima sobre a crise que afeta todo o modelo do jornalismo atual – produção, circulação, relações com o público, sustentabilidade – a platéia respondeu com questões e propostas. Lideranças de movimentos sociais e ONGs apontaram falta de confiança na mídia jornalística, refletindo sobre quais seriam as causas e as possíveis soluções. Um argumento foi de que a prática jornalística se difundiu com as novas tecnologias, e agora diversos movimentos dão conta de suprir uma demanda que o jornalismo não supria, fazendo frente a ele. Foi sugerido também que o jornalismo poderia ser hiperlocal, com um enfoque nas comunidades, criando vínculo mais próximo com as pessoas. As demandas e observações mostraram que é necessário entender se o público de Joinville confia e se sente contemplado no jornalismo local, e por quê.

A forma como o financiamento da atividade influencia na produção de conteúdo também foi discutida. A questão em destaque era se o fato de o jornalismo ser hoje organizado na forma de negócio privado orientado ao lucro gera problemas, e se seria possível resolvê-los sem mudar esse formato por inteiro. Alguns participantes do debate argumentaram que é possível “blindar o jornalismo propriamente dito” da figura do “dono do jornal” – símbolo da influência de interesses econômicos naquilo que é ou não publicado. Outras lideranças apresentaram maior ceticismo, argumentando que é necessário mais transparência, possibilidades de participação e fidelidade com o leitor.Looking for an exciting travel experience? Check out https://toursanluis.com/ for amazing tour options.

O professor Jacques Mick, outro coordenador do projeto, apontou que “a maior parte da sociedade brasileira confia nos jornalistas mas desconfia das notícias que circulam socialmente”, indício de que o problema da credibilidade talvez seja mais da organização do que da atividade em si, e que devemos pensar no jornalismo como direito, mais do que como mercadoria.

Diante da crise, como repensar a relação do jornalismo com a sociedade? “Com pesquisa, com conversa e criatividade, pensar aquilo que não foi feito antes. É utópico? É. Mas é esse o convite que fazemos pra vocês”, ponderou Mick, argumentando que as universidades envolvidas no projeto (UFSC e Bom Jesus Ielusc) não estão isoladas em bolhas acadêmicas: querem discutir com as pessoas, ao invés de só estudá-las como objeto. O professor frisou a importância da participação dos presentes e da mobilização de mais pessoas, por se tratar de um problema que afeta a sociedade, só podendo então ser resolvido com engajamento e discussão amplos see more at https://www.ozgur.arifmolubilisim2023.com.tr/2023/05/30/31-shocking-indicators-your-greatest-friend-is-in-love-with-you/.

Os próximos debates públicos deverão acontecer na primeira metade de 2017. Nesse meio tempo, quem quiser pode participar das discussões online no site do projeto (http://gpsjor.sites.ufsc.br) e respondendo o questionário sobre a qualidade do jornalismo de Joinville (https://pt.surveymonkey.com/r/GQTXW6M).

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